O projecto está a impactar positivamente a comunidade de Púngue, uma pequena aldeia rural próxima ao Parque Nacional da Gorongosa.
De acordo com MoYah, a iniciativa de pequenos-almoços começou atendendo 150 crianças e rapidamente atingiu 350 devido ao engajamento da comunidade. “Muitos pais passaram a mandar os filhos à escola sabendo que ali teriam pelo menos uma refeição segura”, explica o director da instituição.
Com o apoio de familiares e amigos no Reino Unido, o programa manteve-se firme e em Fevereiro deste ano, o número de beneficiados subiu para 425 alunos.
“É um desafio logístico, que se destaca pela gratidão das crianças”, afirma MoYah, emocionado.
A iniciativa não só combate a fome, mas também melhora o desempenho escolar, já que a nutrição adequada é crucial para o aprendizado, e destaca que nenhuma criança moçambicana deveria passar fome, especialmente em um país rico em recursos naturais.
“Isso não é só sobre comida; é sobre dignidade e oportunidades”, enfatiza. MoYah convida parceiros e apoiantes globais a se unirem ao projecto: “Juntos, podemos transformar mais vidas e construir um futuro onde toda criança tenha acesso à educação e à nutrição que merece”.
A fonte disse que o projecto começou em Setembro de 2023 após se apresentar no Festival Internacional de Poesia e Artes Performativas – Poetas D’Alma, em Maputo. MoYah viajou para Pungue, onde seu pai reside e visitou a Escola Primária local e deparou-se com realidades chocantes: crianças caminhando quilómetros sob sol intenso para estudar em salas sem luz eléctrica e sem acesso a refeições.
“Ver aquelas condições partiu meu coração. Sabia que precisávamos agir”, relata o activista e educador, que tem sua paixão pela música e justiça social.
MoYah ainda adolescente foi viver em Lisboa, Portugal, como refugiado no contexto da guerra civil que dilacerou o nosso país.
Actualmente a residir em Londres, Reino Unido, desde cedo interessou-se com o estilo rap, que usa para a educação e disseminação de mensagens do seu activismo.
Importa frisar que o artista foi o primeiro o primeiro moçambicano a participar no festival da Canção de Lisboa.
Fotos: Sukina Noor
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