DEPOIS DOS PROCESSOS CONTRA VAHANLE E NOVINTE

 


Governo da Frelimo volta a usar a justiça como arma de arremesso contra opositores políticos como receita para travar protestos populares contra a fraude e meio século de desgoverno


A Procuradoria-Geral da República (PGR) ouviu ontem, terça-feira, 11 de Março, o político e ex-candidato presidencial, Venâncio Mondlane. Em entrevista depois de dez horas de audição, Venâncio Mondlane disse que enfrentou questões relativas às manifestações que têm lugar no país desde 21 de Outubro de 2024.


As questões, segundo Venâncio Mondlane, sugerem que ele é o instigador das manifestações. Aos jornalistas Venâncio Mondlane disse que não lhe foi imputado qualquer crime, mas a PGR aplicou ao ex-candidato presidencial uma medida de coação: o Termo de Identidade e Residência (TIR), a mais branda das medidas de coação aplicadas a um arguido em sede de um processo.


Tendo em conta o momento conturba- do que o país está a atravessar, devido à crise pós-eleitoral, por conta da fraude que beneficiou o partido no poder, a notificação e o TIR, visando um dirigente da oposição, cai como um cabaz político travestido de decisão de um órgão de Justiça, com o objectivo de levar Venâncio Mondlane a desistir da luta contestatária que leva a cabo desde outubro de 2024.


Esta forma de actuação não é nova. No auge dos protestos contra a fraude nas eleições autárquicas de 2023, o regime recorreu à Justiça para condicionar a luta antifraude de Paulo Vahanle (antigo edil da cidade de Nampula) e Raul Novinte (antigo edil de Nacala), abrindo caminho para a Frelimo governar mesmo contra a vontade do povo.


Ainda ontem a Procuradoria-Geral da República (PGR) notificou Dinis Tivane para comparecer e prestar declarações nesta sexta-feira. Embora os detalhes do caso não tenham sido oficialmente divulgados, a convocação levanta especulações sobre possíveis investigações em andamento.

Tivane, cujo nome tem sido mencionado em diversos círculos, ainda não se pronunciou publicamente sobre a notificação.


Enquanto isto, ainda ontem a financeira de Venâncio Mondlane, Glória Monteiro Nobre Chire, de 59 anos, era detida em sua residencia pela polícia por volta das   12 horas em sua residencia. Glória agora se encontra no centro de uma situação que levanta questionamentos.


Formada em contabilidade pelo Instituto Comercial de Maputo Glória construiu uma carreira sólida e respeitada na área financeira. Contudo, sua proximidade com Mondlane a colocou sob observação do regime do dia. CDD/Moz24h



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