VM7 e PODEMOS em conflito: Albino Forquilha é acusado de violar acordo político
Maputo, 6 de
Janeiro de 2025 – O ambiente político em Moçambique aquece com as
acusações feitas por Venâncio Mondlane, líder do partido VM7, contra Albino
Forquilha, presidente do PODEMOS. Segundo Mondlane, as recentes decisões de
Forquilha violam o acordo político firmado entre as duas formações em agosto de
2024.
O acordo, celebrado em plena campanha eleitoral para as eleições gerais,
foi considerado um marco político, garantindo ao PODEMOS a sua maior
representação parlamentar na história, com 43 deputados eleitos.
No entanto, em uma carta datada de 4 de Janeiro de 2025, dirigida ao
presidente em exercício, Filipe Nyusi, e outras autoridades nacionais e
internacionais, Mondlane expressou indignação com o que chamou de “decisões
ilegítimas” de Forquilha.
De acordo com o líder do VM7, o acordo político previa uma governança
conjunta e a consulta mútua antes de qualquer decisão relevante por parte do
PODEMOS. Contudo, Forquilha teria ignorado essas directrizes ao realizar
pronunciamentos públicos e negociações que, segundo Mondlane, são nulas e sem
efeito, por violarem “o espírito e a letra do acordo”.
“Esclarecemos que tais actos de Albino Forquilha não têm legitimidade e
lamentamos profundamente que todos os meios internos de resolução tenham se
esgotado, obrigando-nos a recorrer a este expediente público”, escreveu Mondlane.
Ele ainda pediu que os deputados do PODEMOS não tomem posse no próximo dia
13, considerando a situação actual.
Procurado para comentar, Clésio Chico, porta-voz do PODEMOS, negou as
acusações e assegurou que o partido segue respeitando o acordo firmado. No
entanto, remeteu esclarecimentos adicionais para uma conferência de imprensa
agendada para o dia 8.
O conflito entre os dois partidos ameaça desestabilizar o bloco político que emergiu como uma alternativa significativa no cenário político moçambicano.