Manuel de Araújo chama órgãos eleitorais de "bandidos" em discurso polêmico
O edil de Quelimane, Manuel de Araújo, gerou controvérsia ao classificar os órgãos eleitorais e instituições estatais como "bandidos" durante um discurso público. A declaração ocorreu em um evento na cidade, onde o autarca criticou a transparência e imparcialidade do sistema eleitoral moçambicano.
Segundo Araújo, para conquistar e manter o poder em Moçambique, é necessário superar uma série de desafios impostos por diversas instituições do Estado. Ele citou órgãos como a Polícia da República de Moçambique (PRM), os Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE), e as comissões eleitorais distritais, provinciais e nacionais, apontando-os como obstáculos para a democracia.
“Para governar neste país, é preciso vencer a Unidade de Intervenção Rápida, a PRM, o Conselho Constitucional e as comissões eleitorais em todos os níveis. Só depois de derrotar esses ‘bandidos’ todos é que você pode governar”, declarou.
Araújo também relembrou o processo eleitoral autárquico em Quelimane, no qual, segundo ele, o seu partido, a Renamo, foi vítima de irregularidades durante a contagem de votos. “Vencemos quatro vezes em todas as instâncias: distrital, provincial, nacional e até no Conselho Constitucional, mas mesmo assim, foi uma luta para que o resultado fosse reconhecido”, afirmou.
O discurso, marcado por repetições e tom inflamado, foi alvo de críticas e elogios. Enquanto apoiadores da Renamo veem as palavras de Araújo como um reflexo da indignação popular contra as supostas fraudes eleitorais, opositores consideram o tom exagerado e desrespeitoso.
Até o momento, os órgãos mencionados não se manifestaram oficialmente sobre as acusações. No entanto, a fala de Manuel de Araújo reacende o debate sobre a credibilidade do sistema eleitoral e a necessidade de reformas para garantir eleições livres e justas em Moçambique.