CDD acusa Frelimo de ocultar detalhes sobre Pagamentos Milionários a “Grandes Chefes”
O Centro para
Democracia e Direitos Humanos (CDD) publicou, neste domingo, um artigo que
acusa o governo liderado pela FRELIMO de ocultar informações sobre os elevados
subsídios de reintegração social pagos a altos membros do governo e ao líder da
Renamo.
O relatório aponta que
esses pagamentos, descritos como "roubo à luz do dia", representam um
peso significativo para o orçamento do Estado.
De acordo com o CDD, os
subsídios de reintegração são direccionados a ministros, governadores e líderes
partidários, com valores que variam entre 75% e 100% do vencimento base por
cada ano de exercício de mandato.
No entanto, os
beneficiários não precisam contribuir previamente para terem direito ao
benefício, o que levanta sérias questões sobre justiça e transparência no uso
de recursos públicos.
A entidade destaca que
os pagamentos milionários superam 1,35 mil milhões de meticais apenas em 2020.
Esse montante, segundo o CDD, representa um custo de oportunidade considerável,
uma vez que reduz os recursos disponíveis para financiar serviços públicos
essenciais, como saúde, educação e protecção social.
Além disso, o artigo
aponta que a falta de transparência é agravada pelo impacto das pressões
adicionais decorrentes da implementação da Tabela Salarial Única (TSU).
O CDD sugere que a
destinação de valores tão altos para subsídios contrasta com as necessidades
urgentes da população moçambicana, que enfrenta desafios diários relacionados à
pobreza e ao acesso limitado a serviços básicos.
As revelações do CDD
reacendem o debate sobre a gestão dos recursos públicos em Moçambique,
levantando críticas quanto à priorização de gastos e à transparência nos
processos orçamentais.