Conrado refuta tese sobre 50 anos da Frelimo sem Acção; Mueleca e Muchanga contestam
Durante um debate sobre
os 50 anos de governação da Frelimo, o professor Régio Conrado rejeitou a tese
de que o partido não trouxe avanços para Moçambique.
Em seu discurso, Conrado reconheceu erros históricos, como privatizações desastrosas e escolhas económicas inadequadas, mas destacou que houve reformas significativas no processo de construção do Estado, na expansão de infra-estrutura e na consolidação da paz após a guerra civil.
“Não é sério dizer que em 50 anos nada foi feito. Embora tenhamos enfrentado desafios, a Frelimo também deixou legados importantes”, defendeu Conrado.
Entretanto, suas palavras geraram reacções imediatas de opositores. Mueleca e Muchanga argumentaram que as dificuldades enfrentadas pelo povo moçambicano, como o aumento da pobreza, a má qualidade da educação e o alto custo de vida, evidenciam falhas graves na gestão do partido ao longo das décadas.
“Os jovens que hoje protestam são vítimas de um sistema que falhou em oferecer educação e oportunidades dignas. A meritocracia defendida por Conrado é uma ilusão diante de tantas desigualdades”, criticou Muchanga.
Os debatedores também discutiram as expectativas em torno do novo presidente, Daniel Chapo, que enfrenta a difícil tarefa de restaurar a confiança popular e implementar reformas profundas. Para muitos analistas, os desafios são imensos e o tempo para apresentar resultados concretos é curto.
O clima de descontentamento popular reflete o esgotamento da paciência diante de promessas não cumpridas e uma crescente desconfiança nas instituições. As próximas acções do governo serão cruciais para determinar se o país seguirá pelo caminho da renovação ou da continuidade dos problemas estruturais.
Conrado defende avanços da Frelimo em 50 anos, mas enfrenta críticas de Mueleca e Muchanga sobre desigualdades e desafios do novo governo de Chapo.