Tensão Política e Manifestações: Acusações de Manipulação e Críticas ao Governo em Moçambique
Maputo, Moçambique
– As tensões em Moçambique aumentam à
medida que manifestações populares eclodem em várias cidades do país,
denunciando irregularidades eleitorais e más condições de vida.
Durante uma transmissão
ao vivo, que reuniu mais de 100 mil espectadores, críticas contundentes ao
partido no poder, a Frelimo, reacenderam debates sobre responsabilidade
política e acusações de manipulação de cenários violentos.
Venâncio Mondlane
começou a mensagem com uma oração pela nação, clamando por cura e paz em meio
às feridas sociais causadas pelas manifestações e pelos conflitos recentes.
No entanto, o tom mudou
rapidamente, apontando o partido Frelimo como o "grande assassino" e
"terrorista" responsável pelas mortes, prisões e frustrações que
marcam o cenário político actual.
Denúncias de Manipulação e Grupos Organizados
Entre os pontos
levantados, o orador destacou a manipulação por trás de episódios violentos
envolvendo supostos grupos armados com catanas, que teriam surgido em bairros
populares de Maputo e outras localidades.
“Esses homens aparecem
de forma coordenada, mas é evidente que tudo isso é uma tentativa de desviar a
atenção do verdadeiro debate: a fraude eleitoral e a busca por justiça”,
afirmou VM7.
Ele também mencionou
que, durante manifestações pacíficas, a polícia agiu de forma repressiva,
utilizando gás lacrimogéneo e força letal contra civis desarmados. Contudo,
segundo VM7, a mesma força policial não reagiu a episódios de vandalismo,
levantando suspeitas de conivência e manipulação para criminalizar os
protestos.
Números Alarmantes
Desde o início das manifestações,
há relatos de mais de 350 mortes, 4 mil detenções e 2 mil feridos, segundo os
organizadores.
As críticas à gestão pública incluem a negligência em relação à
população empobrecida, que estaria sendo usada como massa de manobra em
episódios de pilhagem planejados. “A fome foi usada como arma, e o povo, já
desesperado, é humilhado mais uma vez”, disse o orador.
O discurso concluiu com
um apelo por justiça e transformação política, reafirmando que os objectivos
das manifestações vão além de actos de vandalismo: buscam mudanças estruturais
e o fim de um regime considerado opressor.
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Política