Muchanga acusa Frelimo de incentivar manifestações violentas e saques em Maputo

Muchanga acusa Frelimo de incentivar manifestações violentas e saques em Maputo

António Muchanga, destacado político e comentador, fez duras acusações contra a Frelimo, atribuindo ao partido a responsabilidade pelas manifestações violentas que marcaram os últimos dias em Maputo. Em declarações recentes, Muchanga afirmou que dirigentes locais da Frelimo estariam por trás da mobilização de jovens para atos de vandalismo, saque e destruição de propriedades privadas e públicas.

Segundo Muchanga, as manifestações inicialmente apresentavam uma dinâmica de protestos pacíficos, liderados por cidadãos que reivindicavam transparência eleitoral. No entanto, ele alega que a situação começou a descontrolar-se a partir do dia 23 de dezembro, quando grupos de jovens, supostamente incentivados por dirigentes da Frelimo, passaram a atacar estabelecimentos comerciais e a pilhar bens, incluindo eletrodomésticos, colchões e bebidas alcoólicas.

“Na minha zona, tudo estava calmo até as 15 horas do dia 23. Mais tarde, jovens começaram a atacar lojas, e os saques prosseguiram durante todo o dia seguinte. Roubaram desde alimentos até televisores e colchões. Como é que pessoas com fome roubam um congelador ou um plasma?”, questionou Muchanga, sugerindo que os atos tinham motivações além da simples insatisfação popular.

O político também denunciou a existência de uma suposta estratégia deliberada por parte de altos dirigentes da Frelimo para desestabilizar a ordem pública e reprimir manifestações legítimas. Ele apontou contradições nas declarações das autoridades, incluindo entre o Ministério da Justiça e o Comando-Geral da Polícia, acusando-as de má gestão e de ocultarem informações sobre mortes ocorridas durante os protestos.

Muchanga concluiu lamentando a crescente onda de violência e alertando para o risco de mais derramamento de sangue. “Este governo parece querer justificar atos de repressão brutal, promovendo o caos como forma de minar a liberdade de reunião e expressão do povo”, afirmou.

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